segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cada ser humano nasce com com mil possibilidades



Pois é...

ontem tava pensando (no banho para variar) em um parente próximo meu e me perguntei:

O que será que sentirei ao vê-lo no caixão, pálido de morte?

Daí já me veio imediatamente outra pergunta:

Qual será o discurso que o padre ou qualquer outro irá proferir ao "encomendar" o corpo?

Sei o que vc tá pensando. Isso é lá coisa para se pensar? Pior...

Mas daí comecei adivagar no tal discurso "final". geralmente ouço nos velórios discursos exaltando as qualidades do falecido e de quanto ele fará falta. Muito se ouve da dor e do vazio que deixarão em seus familiares.

Em resumo não consegui imaginar ninguém falando nada positivo desse ser humano em questão. E pensei quão triste era isso... afinal, nascemos cheios de possibilidades de ser ALGUÉM BOM, alguém que faça o bem às pessoas, as plantas, aos animais, ao mundo, à alguém ou alguma coisa. Mas que faça a diferença no mundo.

Nascemos cheios de possibilidades: de fazer os outros sorrirem, de emocionar, de alegrar, de ajudar. Tanta coisa... tantas possibilidades positivas, tantas possibilidades de amar, de ser amado, de criar laços verdadeiros.

E daí fiquei triste pensando nesta pessoa, que conheço desde que nasci, e nos meus tantos anos de vida num vi ter uma atitude afetuosa. Nunca presenciei um abraço carinhoso, um beijo de verdade, um gesto de caridade verdadeira. Não sei dizer se esta pessoa já amou alguém na vida, ou se amou, de que forma é esse amor.

Sei que o amor se manifesta de muitas maneiras, algumas ilógicas. Acredito que o próprio ódio é amor, amor que adoeceu. Mas uma pessoa é capaz de amar assim tão egoisticamente a ponto de não deixar ninguém perceber? nem mesmo o ser amado?

Só sei que nunca fui alvo do seu amor, isso eu tenho certeza. E esse amor muitas vezes me fez falta.

Como já falei antes, sou uma meleca emocional. A razão diz: não se pode obrigar ninguém a amar.

Tá, eu sei.

Mas o que eu fiz para que essa pessoa nunca tivesse me amado?

Tá, eu sei... tô reclamando de boca cheia... tem gente por aí que não é nem amado pelos próprios pais, muitas vezes até mesmo são abandonados.

Mas sei lá, mesmo assim me doeu muitas vezes essa rejeição imotivada.

E eu sei... não tem nada haver comigo, simplesmente essa pessoa é incapaz de amar, ou de demonstrar amor. Aliás, se o amor se manifesta de várias formas, a desta pessoa se manifesta na forma de bens materiais.

Até acredito que ame alguém, pois sempre supriu uma pessoa com muitos bens materiais e apoio financeiro. Mas sabe, não consigo enxergar afeto nem nesta relação. Quando estamos reunidos em família, o tal ser humano desumano tá sempre de lado, sem dar e receber nada.

E fico triste, com o desperdício de vida que presencio sempre. Uma pessoa que parece ter vindo ao mundo para não ser nada, só alguém que, por deixar de ser o que devia, magoa as pessoas a quem devia amar.

E, finalizando, não consegui ainda imaginar tal discurso... as últimas palavras em homenagem a uma pessoa que não foi nada, e se foi, foi o pior, um arremedo triste do que podia ter sido.

Uma pessoa que desperdiçou todas as possibilidades que recebeu durante a vida, de fazer falta a alguém, de amar, de ser gentil, entre todas as outras.

Acho que em seu velório não haverá lágrimas... talvez só alívio para aqueles que tiveram que o suportar até a morte (tarefa árdua), por obrigação moral ou por interesse financeiro.

Me veio rápido uma pergunta, nesta conversa minha comigo mesmo: se eu estiver lá no dito momento, permitirei que se faça um discurso mentiroso, que imputem a tal pessoa qualidades que nunca possuiu? tipo aquele discurso feito... foi um.... dedicado, um... amoroso.

A resposta... bom, vcs sabem... meu PH não é neutro.

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