terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Perdão ou Esquecimento

Estava lendo em uma crônica esses dias, não lembro se de Martha Medeiros ou Moacir Scliar (que Deus dê forças à ele para que saia do hospital e se recupere do avc que teve hoje), e a tal crônica referia a repetição de nossos dilemas.
Se pararmos para pensar, realmente, muitos de nossos questionamentos, nossas inconformidades, mesmo com o passar do tempo, continuam lá, intactas. Pare e pense no motivo pelo qual briga com sua mãe desde sempre, dizia o autor.
Bom, o intróito é para dizer que o texto me fez pensar nos meus dilemas pessoais, que sempre se repetem, e, entre tantos, me veio o meu dilema preferido, o questionamento para o qual não encontrei resposta nem solução: perdão ou esquecimento.
Frise-se, esquecimento no significado de APAGAR, de tirar o alvo do esquecimento de sua vida, de suas memórias, esquecimento no significado de MATAR EM VIDA.

o que é pior?
o que é melhor?
qual é mais fácil?
qual é o mais difícil?
o que ganharei?
o que perderei?
o que me trará mais felicidade?
o que me trará mais tristeza?
o que me trará mais arrependimento?

Ô dilema cruel... para o qual não sei se um dia encontrarei resposta.

Só sei que não me resta outra opção, ou perdoo ou relego ao esquecimento, à sombra da minha vida.

Tenho escolhido mais esquecer do que perdoar.

Uma parte de mim me diz que perdoar é permitir que o outro me fira de novo, me machuque, me traía, me entristeça... é como dar ao outro uma segunda chance para terminar o que começou. Perdoar parece muito com o ato simbólico de abrir o peito e expor o coração, à alma, a quem talvez não mereça.

Por outro lado, perdoar trás uma paz incrível para quem perdoa. Acredito que o maior beneficiário do perdão é quem perdoa, pois o perdão liberta... liberta da mágoa, liberta do ressentimento.

Por isso acredito na frase famosa que diz que o perdão é para os fortes. É preciso coragem e muita coragem para perdoar (de verdade).

Além disso, quem já não necessitou de perdão? quem nunca errou? a gente erra o tempo todo.

É justo ser perdoado e não perdoar?

Em tese, o perdão é a escolha certa. Era só não mais questionar nada e pronto, a decisão mais lógica seria perdoar o nosso semelhante que, como nós, erra o tempo todo.

Mas daí vem a pergunta que ecoa em mim: a pessoa que me feriu quer ser perdoada? sabe que necessita ser perdoada? tem alguma importância para ela ser perdoada por mim?

Claro, o que o outro pensa jamais vai influenciar no bem estar que vc vai sentir se perdoar, independentemente de todo o resto. Vc perdoa em silêncio e toca sua vida, sem nenhuma cerimônia e às vezes sem mesmo a outra pessoa saber que foi perdoada ou pelo quê.

Mas daí me pergunto: vale a pena me abrir a possibilidade de ser ferida, machucada, magoada, de novo, por uma pessoa que nem se importa se fez ou não fez isso na primeira vez?

Claro...depende de tudo: da pessoa, do papel desta pessoa na sua vida, do amor que existe ou não, dos laços que nos unem, da nossa história, da gravidade da ofensa... ahhh... depende de tudo.

Escrevo, escrevo, escrevo... e não consigo deixar de defender o perdão.

Mas não é esta a escolha que tenho feito ultimamente.

E quando digo que não tenho perdoado, não significa que tenho nutrido pensamentos e sentimentos de vingança, rancor ou coisas do gênero. Jamais. Ou melhor, nem sempre.

Acredito que cada um paga seu carma aqui na terra e depois também. Que não é necessário fazer o mal a ninguém... o mal é uma energia que se volta contra quem a emite. Cada vez que vou fazer alguma coisa errada, ou ter um pensamento maldoso, minha cabeça já fica com o pensamento de que se aquilo persistir algo acontecerá para me castigar do mal pensamento ou ato. Parece algo religioso, mas não é. É só a lei do retorno... tudo que vai volta. Acredito nisso, mais do que em qualquer coisa.

Então me vem o pensamento... se não tenho perdoado, se necessitar, serei eu?

Porém, mesmo co todos os argumentos em favor do perdão, continuo optando pelo DESAPARECIMENTO das pessoas que me magoaram da minha vida, dos meus pensamentos, das minhas memórias. Uma auto defesa.

Mas estou quase acreditando que realmente sou uma fraca... que não tenho coragem e força para perdoar. Porque se eu for perdoar, terá que ser totalmente, terá que ser plenamente. Meios perdões não me interessam.

Minhas convicções serão mais fortes do que eu?

Porém posso afirmar que talvez seja mais fácil perdoar do que esquecer, porque perdoar vc perdoa uma vez só, e esquecer a gente tem que esquecer todos os dias, e dói como se fosse a primeira vez.

Um comentário:

  1. Amigos, ainda tenho que fazer a revisão da gramática e concordância deste texto... é que quando escrevo não consigo ir arrumando... tenho que ler novamente depois e muitas outras vezes e ir corrigindo, por isso peço desculpas pelo assassinato à língua portuguesa.

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