sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

PARA UMA AMIGA MUITO ESPECIAL

Nas minhas leituras diárias encontrei este texto, e achei que serve direitinho para uma amiga minha... então, com a permissão da autora, transcrevo abaixo.

Boa leitura!

Anestesia


É acabou. E dessa vez tem sentido de fim mesmo e não de drama de quem espera a volta. Não tem volta. Até porque não existe volta. Existe começar uma nova história, de um jeito melhor, com a mesma pessoa. O que não vai acontecer. De novo. Dá um apertinho no coração afirmar isso... Mas não é dor de perda. E nem saudade. É frustração apenas. Por entender que essas despedidas doídas e esses finais fazem parte da vida e não há como evitar. Ou fugir. Há quem fuja sempre o tempo todo por medo de se machucar. Mas e não se machuca fugindo? E não sente dor por perder, mesmo antes de ter? E não chora sozinho? Nunca? Ah! Então não é gente! É robô, programado pra não sentir. E que dó que dá. Há quem aceite a dor. Quem a esgote de tanto sentir. Quem a esprema até a última gotinha de ácido. Sofre tudo o que tem que sofrer, e um belo dia, sacode a poeira e dá a volta por cima, lindamente! E há quem se condene por ,de novo, estar sentindo a mesma dor, do mesmo jeito que já sentiu e que sabe que passa, mas que não consegue evitar. Eu sou dessas. Não aprendo mesmo, mesmo depois de assistir a essa mesma aula centenas de vezes. Não me convenço de que vai ter começo inebriante, meio entediante e fim torturante. Inevitavelmente. Mas é que a Cinderela dentro de mim acredita que um dia vai ser pra sempre, mesmo achando sempre tempo demais. Ou pelo menos que vai ser enquanto ela quiser que dure e não quando o outro achar que não vale mais a pena. É só birra. Só que dessa vez a dor é outra. É a dor do ponto final. Da certeza. Da realização de todas as profecias que eu mesma fiz nas vezes que discursei minhas agruras pra quem estivesse ao lado, disposto ou não a ouvir, de que um dia essa história seria diferente. Que um dia eu não ia mais querer, que um dia eu ia acordar sem peso no peito, que um dia eu ia dormir sem esperar, que um dia não ia mais machucar, que um dia eu não ia mais chorar e nem me importar e nem precisar desculpar. Porque um dia teria perdido a graça. E perdeu. Minha batalha de Pirro não tem mais exércitos. E o que dói é que nem alívio eu sinto. Simplesmente não sinto. E é esse o motivo desse texto. Depois de infinitas frases e parágrafos, cartas , textos e e-mails, tentando eternizar o que eu achava que era a maior coisa do mundo, eu consigo escrever justamente sobre o desencanto desse amor. Sobre a falta que ele não faz, sobre a saudades que não incomoda, sobre as lembranças que já se confundem no meio de novas histórias, sobre o eterno enquanto dure que de repente acabou. E o que é que dói afinal de contas? Dói só ter consciência de que não fui Julieta, nem Isolda, nem Marília e nem ao menos uma Helena do Manoel Carlos. Dói admitir que briguei tanto à toa, que chorei em vão, que sofri de besta. Que foi só mais uma história e não a história definitiva. Não foi o romance que deveria ser publicado em capa dura. Foi só mais um erro no meio de muitos outros que não enxerguei e tantos outros que ainda vou cometer. O que dói é que o saldo é esse: depois de tudo e tanto, agora é só nada.

AMENIDADES


por Maria Caroline

http://amenidadespormariacaroline.blogspot.com

3 comentários:

  1. é paulinha, eu sei q tu lembrou de mim, até eu mesma me vi na história...hehehe
    assim como várias devem ter se identificado, pq é sempre igual, só muda os personagens...rsrsr
    bjus

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  2. A diferença é que só tu lê essa naba...hehehe.

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  3. Bom, eu também li! e escrevi! hahahaha! E senti tudo isso e concordo c a Camila q disse q é sempre igual. É mesmo! Mas quando é na vida da gente parece sempre q foi pior, melhor, mais bonito, mais intenso... só impressão.
    Adorei ver meu texto viajando por outros blogs. Obrigada!
    Um beijo

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